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Famílias atendidas pela Santa Casa Recife plantam milho para consumir no São João comunitário
24 Mar

Famílias atendidas pela Santa Casa Recife plantam milho para consumir no São João comunitário

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Na manhã desta quarta-feira (23), foi dia de semear a esperança no Educandário Santa Tereza, unidade localizada em Olinda e mantida pela Santa Casa Recife. Moradores atendidos pela instituição realizaram o plantio do milho que será colhido em junho, para consumo nas festas juninas da população local. Os grãos foram plantados com o apoio técnico de voluntários do projeto Mãos Solidárias, em uma área doada pela Santa Casa para a produção sustentável. A ideia, após a colheita, é realizar um café da manhã comunitário, com os diversos produtos que foram cultivados na horta solidária.

Para a irmã Eva Albuquerque, gestora da unidade, o benefício deste projeto, iniciado em setembro do ano passado, tem sido muito mais do que o alimento chegando às mesas de quem precisa. "Temos ouvido relatos de pessoas que estavam em casa, muitas desempregadas, sem perspectiva, e que viram a vida mudar com esse trabalho voluntário e que tem retorno para os próprios moradores. O benefício é para o corpo e para a mente”, explica a irmã. 

E é exatamente assim que a dona Dilma Maria, moradora do bairro de Santa Tereza e avó de uma das alunas, enxerga a ação. "Às vezes, a gente não quer só o alimento, a gente precisa de uma palavra, uma conversa. Por isso eu amo estar aqui! Graças a Deus, eu tenho muita companhia. Agradeço muito à Santa Casa, não só pelos ensinamentos que eles dão à minha neta, mas também por essa horta", conta. Agora, a expectativa é pelo dia da colheita. "Vai ser tudo de bom! Vamos comer bastante milho neste São João", comemora dona Dilma.

De acordo com Daniele Ferreira, coordenadora do projeto Mãos Solidárias, a horta do Educandário Santa Tereza é considerada uma “agrofloresta urbana”, pela diversidade de espécies cultivadas. A iniciativa busca reduzir a desigualdade social e combater a fome, por isso, as frutas, verduras e legumes são destinados ao consumo dessas famílias em situação de vulnerabilidade social que moram nas comunidades do V8, V9, Ponte Preta e Ilha do Maruim. "A pandemia afetou muito socialmente essas famílias. A proposta é não apenas doar, mas fazer com que as pessoas se sintam parte do processo", destaca Daniele. 

Esse sentimento de pertencimento tem surtido efeito para os envolvidos. Moradora da Ilha do Maruim, Lourdes Félix é uma das voluntárias que sente orgulho de fazer parte do projeto da horta do Educandário Santa Tereza. "Aqui a gente planta, cuida, depois a gente vai colher para o grupo. E a gente também conversa, bate papo. Isso é ótimo, principalmente para a gente que tem essa idade e está parado em casa", diz Lourdes.

Outra unidade da Santa Casa, o Educandário Magalhães Bastos, que fica no bairro da Várzea, no Recife, também realizou o plantio do milho, no mês de março, com o suporte dos voluntários do Mãos Solidárias. "A gente tem consciência de que não consegue matar a fome de todos, mas não é por isso que a gente vai cruzar as mãos", acrescenta Daniele Ferreira.

O projeto Mãos Solidárias teve início em 2020, por uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Pernambuco (MST-PE) e hoje conta com o apoio de diversas organizações e movimentos populares. Além das hortas comunitárias, são realizadas ações como entregas de marmitas à população de rua, capacitação de moradores para o enfrentamento à Covid-19 e distribuição de cestas básicas, com produtos vindos da reforma agrária. A Arquidiocese de Olinda e Recife e a Santa Casa de Misericórdia são algumas das instituições parceiras. "Essa parceria tem sido muito relevante para a manutenção da assistência social no que se refere à segurança alimentar, sobretudo nos tempos mais críticos da pandemia. As doações têm acontecido regularmente, permitindo que a Santa Casa beneficie centenas de famílias no entorno dos nossos educandários e também do Instituto de Cegos”, completa a gerente de Educação e Assistência Social da Santa Casa Recife, Esmeralda Moura.

 

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